segunda-feira, 1 de junho de 2009

E chegámos ao fim deste projecto...

A escolha deste tema, teve desde o início do ano um longo trabalho pela frente para que o produto final pudesse ser algo concreto e satisfatório. Ao longo deste tempo várias foram as metas por nós traçadas e concretizadas. Criámos um blogue, um site, realizámos palestras, às quais convidámos profissionais de saúde, informámos toda a comunidade escolar com a elaboração de panfletos e boletins informativos e para rematar concretizámos um dos nossos grandes objectivos, a realização de um filme (representação teatral) alusivo ao tema. Quanto ao objectivo fundamental deste projecto, que era destruir as atitudes negativas e ideias estereotipadas e infundamentadas contra os vários tipos de identidade sexual, julgamos que o nosso contributo ficou para uma mudança das mentalidades em geral. E pronto, chegámos ao fim deste magnífico projecto. Resta-nos agradecer a todos aqueles que visitaram este blogue, o nosso obrigado.

  • Grupo de Área de Projecto, Porque Ninguem É Igual

Felizmente o mundo está a mudar!!!!

Com o evoluir das sociedades, quando hoje em dia não ter filhos já não lança ninguém no opróbrio, quando as liberdades, direitos e garantias individuais são promovidas e não apenas as da comunidade como um todo, a questão da homossexualidade, tal como muitas outras, tornou-se objecto de debate e de discussão. E se, por um lado, ainda se observam frequentemente atitudes segregacionistas e de exclusão (algumas vezes de auto-exclusão), é crescente a tolerância e mesmo a normalidade com que o assunto é felizmente encarado. Para isso tem contribuído a afirmação pública de pessoas e individualidades de várias áreas da ciência e da cultura relativamente ao facto de serem homossexuais. Há uns anos não se admitiria que, por exemplo, um ministro de um governo fosse assumidamente "gay", o admitisse publicamente e continuasse a ser ministro. Hoje já o é, em alguns países. Não se trata portanto de dizer paternalisticamente que "o que cada um faz é da sua conta" e que "temos que ser tolerantes", mas francamente, de muito mais: o de entender que a sociedade é composta por indivíduos diferentes, na cor, no tamanho, nas capacidades, na orientações sexuais e nas opções e estilos de vida. E se os determinantes dessas diferenças são genéticos, ambientais ou um misto dos dois, dependerá muito do tema e do que a ciência consegue (ou não) adiantar sobre o facto. E consegue muito pouco?De facto, ainda há não mais do que vinte anos, a homossexualidade era definida como uma "doença mental" por Academias de Psiquiatria tidas como cientificamente irreprováveis - afinal provaram que não eram tão irreprováveis como isso? e o que é confrangedor é ver que, ainda hoje, se assiste a classificações deste tipo.

domingo, 31 de maio de 2009

DSTs - Doenças Sexualmente Transmissíveis

As doenças a seguir indicadas variam na sua gravidade de simples incómodo até perigo de vida. Em todos os casos o diagnóstico atempado facilita o tratamento e evita a dissimação da doença como tal o conhecimento das mesmas é essencial para quem tem uma vida sexual activa. No entanto a prevenção é o meio mais eficaz , como tal antes de ter sexo com um novo parceiro:

  • fale sobre as DSTs;
  • fale acerca da suas intenções de ter sexo protegido (preservativo masculino ou feminino);
  • sugira um teste a várias DSTs para ambos antes de terem relações sexuais (lembre-se, no entanto, que existe um período que varia de dias até 6 meses em que muitas DSTs não são indentificáveis num teste embora estejam presentes);
  • faça testes regulares a várias DSTs (anualmente), identifique os sintomas e em caso de suspeita consultem o mais depressa possível o(s) vosso(s) médico(s).

"Cancro Mole"

O Cancro Mole (também conhecido como Cancroide ou Cancro Venéreo) é uma Doença Sexualmente Transmissível (DST) causada pela bactéria Hemophilus Ducreyi. Podendo afectar homens e mulheres.

Como se transmite?

O Cancro Mole transmite-se de pessoa para pessoa durante sexo anal, oral ou vaginal.

O que procurar?

Homens:Úlceras dolorosas ou não no pénis, à volta dos testículos ou no recto. Dor ou inchaço nos testículos. Dor ao executar movimentos de grande amplitude com as pernas.

Mulher:Úlceras dolorosas ou não á volta ou no interior da vagina ou recto. Dor ao urinar ou defecar. Dor ao executar movimentos de grande amplitude com as pernas. Raramente podem ser encontradas lesões nos seios, dedos, coxas ou na boca.

O Cancro Mole é perigoso?

Sim! Se não forem tratadas as lesões podem crescer e tornar-se muito difíceis de tratar. As lesões também podem ser uma porta de entrada mais fácil para outras DSTs. Como tal o diagnóstico e tratamento atempado são importantes.

Qual o tratamento?

O tratamento consiste em antibióticos indicados pelo seu médico variando entre dose única até tratamento diário durante 10 dias, existe tratamento específico para o caso de estar grávida. No caso de tratamento prolongado não termine o mesmo antes da data indicada pelo seu médico mesmo que os sintomas passem. Os seus parceiros sexuais devem ser examinados e tratados, caso contrário podem reinfectá-lo ou transmitir a doença a outros. Evite relações sexuais até ambos terem terminado o tratamento.

Como posso evitar o contágio?

Use preservativo sempre que tiver relações sexuais. Questione o seu parceiro sobre ocorrências de feridas, corrimento ou dor na zona genital. Fale com o seu parceiro acerca do Cancro Mole e outras DSTs antes da primeira relação sexual e usem preservativos.

"Sífilis"

A Sífilis é uma Doença Sexualmente Transmissível causada por uma bactéria (Teponema pallidum). Pode afectar qualquer pessoa. Pode ser transmitida durante sexo vaginal, oral ou anal. Pode também ser transmitida durante o parto.

Quais os sintomas da sífilis?

Fase 1: Incubação. Quando ocorre a primeira infecção. Não existem sintomas nesta fase. Podem decorrer entre 10 a 90 dias até que um teste de sangue revele a doença.

Fase 2: Sífilis Primária. Aparece uma lesão rosada ou ulcerada, geralmente indolor, no pénis, vagina, boca ou anús que pode passar desprecebida. Esta lesão pode desaparecer sem tratamento mas a bactéria permanece no corpo. Pode tambem ter os gânglios linfáticos inchados. A doença pode ser transmitida nesta fase.

Fase 3: Sífilis Secundária. Podem aparecer mais lesões generalizadas, especialmente nas mãos e pés. Estas lesões podem ter diferentes aspectos variando desde manchas a pápulas eventualmente com escamação. Sem tratamento estes sintomas também podem deseaparecer. A doença pode ser transmitida facilmente nesta fase e é detectável num teste de sangue.

Fase 4: Sífilis Latente. Esta fase pode durar 5 a 20 anos sem sintomas específicos, mas um teste sanguínio detecta a doença. A bactéria permanece no corpo e pode causar diversos problemas de saúde sérios. No entanto a doença não é transmissível nesta fase.

Fase 5: Sífilis Terciária. Nessa fase são finalmente visíveis os danos causados pela sífilis no organismo, podem revelar-se problemas na pele, cérebro, coração ou articulações.

A sífilis é perigosa?

Sim! Se não for tratada pode causar danos permanentes no cérebro, no coração e outros problemas de saúde a longo prazo. No caso da grávida pode causar sérios problemas ao recem-nascido incluindo a morte. A presença de úlceras pode facilitar a transmissão de outros vírus como o VIH e Hepatites.

Como é tratada a sífilis?

Dependendo da fase pode ser necessária uma ou mais injecções de antibióticos (normalmente penicilina) para eliminar a bactéria. Em alguns doentes podem ser tomados medicamentos via oral. Para controlar a evolução do tratamento, é necessário fazer testes de sangue regulares até ao completo desaparecimento da mesma. Todos os parceiros sexuais (até 12 meses antes dependendo da fase em que a doença foi diagnosticada) devem ser tratados a título profilático.

Como evitar o contágio da Sífilis? O uso de preservativo é aconselhável mas não oferece uma protecção completa. Se o seu parceiro tem sífilis, não tenham sexo enquanto os sintomas estiverem presentes e se possível até ambos terminarem o tratamento.

"Tricomoníase"

A tricomoníase é uma Doença Sexualmente Transmissível causada por um protozoário (Trichomonas vaginalis). Infecta tanto homens como mulheres, mas causa mais efeitos nas mulheres.

Como se transmite a tricomoníase?

A tricomoníase é transmitida durante sexo vaginal. Não parece ser possível a transmissão através de sexo oral ou anal. Não existem testes adequados para identificar a tricomoníase na garganta ou no recto. Não existem também teste eficazes para identificar a tricomoníase no homem.

Como saber se estou infectado pela tricomoníase?

Mulheres: Corrimento abundate, amarelo-esverdado ou cinzento, bolhoso, que pode ter um cheiro desagradável. Comichão ou ardor na ou em volta da vagina Em algumas situações dor pélvica Dor ou ardor ao urinar As secreções vaginais são examinadas ao microscópio pelo médico para efectuar o diagnóstico.

Homem: Normalmente não têm sintomas e não sabem que estão infectados Podem ter disconforto e comichão no pénis, raramente corrimento. Raramente dor ou ardor ao urinar

O que fazer se tiver tricomoníase? O tratamento é simples e eficaz através de uma toma única, eventualmente pode haver lugar a aplicação local de creme diária. Os parceiros também devem ser tratados mesmo que não tenham sintomas. No caso de estar grávida informe o seu médico. Não deve beber álcool 24 antes e depois do tratamento. Evite o sexo vaginal até que passe uma semana depois do tratamento.

Como evitar o contágio? Fale sobre as DSTs com o seu parceiro . Fale acerca da suas intenções de ter sexo protegido (preservativo masculino ou feminino). Sugira um teste a várias DSTs para ambos antes de terem relações sexuais.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Homossexualidade e os jovens - as mesmas necessidades e padrões de desenvolvimento

Os adolescentes homossexuais partilham os mesmos padrões de desenvolvimento dos seus congéneres heterossexuais, designadamente o estabelecimento de uma identidade sexual, a decisão sobre os comportamentos, a gestão dos afectos, as opções relativas a ter ou não relações, de que tipo e protegidas ou não, etc. Os riscos que correm, relativamente às doenças de transmissão sexual, como a infecção a HIV ou outras, exigem as mesmas estratégias de educação para a saúde. Assim, os cuidados antecipatórios que se debatem com qualquer adolescente não devem excluir nenhum, independentemente das suas opções e orientações que, como se afirmou, podem até não querer dizer coisa nenhuma em relação ao futuro. Por outro lado, e como já referimos, sendo uma minoria na sociedade os homossexuais estão sujeitos a uma pressão social e a um "empurramento para a clandestinidade" que pode trazer um menor acesso aos serviços, um maior desconhecimento da informação credível e de rigor e, também, um aumento dos problemas psicológicos e sociais, numa adolescência já pontuada por dúvidas, angústias e "duelos" entre modelos de vida, de comportamentos, de relações e de concepções de sociedade.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Resultados da sondagem

Sondagem "Concorda com o casamento gay?" Segundo os resultados obtidos, grande parte dos leitores concordam com o casamento gay. Por outro lado, uma minoria votou o contrário.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O primeiro casamento gay na prisão

O primeiro casamento gay nas prisões britânicas aconteceu no passado mês de Fevereiro. O presidiário Marc Spinks, actualmente com 47 anos, e o modelo Jason Horton, de 27 anos, receberam a autorização do Secretário de Justiça Jack Straw. E, por incrível que pareça, a cerimónia foi celebrada por um padre católico, dentro da penitenciária de Wandsworth, em Londres. Marc e Jason conheceram-se em 2005 e, de acordo com amigos do casal, foi um caso de “amor à primeira vista”. “Jason sabe que Marc pode passar um tempo razoável dentro da prisão, mas ele está preparado para esperar pelo seu amor o tempo que for preciso. Eles amam-se!”, assegurou um amigo do casal. Embora o casamento gay nos prisões britânicas tenha sido legalizado em 2005, ainda existem algumas controvérsias.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Homens são mais críticos no que toca às relações homossexuais do seu sexo. Investigadora fala "de masculinidade homofóbica"

Cerca de 70 por cento dos portugueses consideram erradas as relações sexuais entre dois adultos do mesmo sexo; mesmo nas idades mais jovens, os números da desaprovação nunca descem abaixo dos 53 por cento. "Portugal ainda é um país homofóbico", comenta Sofia Aboim, uma das autoras do Inquérito Saúde e Sexualidade (2007), do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, que é apresentado na terça-feira e faz um retrato da sexualidade na população portuguesa."As mentalidades não estão ainda muito abertas à aceitação da homossexualidade", sublinha a socióloga, referindo que os números que atestam o repúdio a este tipo de relações são "globalmente altos". Na escala apresentada aos inquiridos eram-lhes dadas várias opções: se achavam as relações entre pessoas do mesmo sexo totalmente erradas, a maior parte das vezes erradas, algumas vezes erradas ou raramente erradas. A maioria da população respondeu com a opção mais categórica. O estudo assenta em 3643 entrevistas feitas a indivíduos dos 16 aos 65 anos, numa amostra representativa da população de Portugal continental.Os homens são mais críticos no que toca às relações homossexuais do seu sexo: 58,9 por cento consideram-nas totalmente erradas; em relação às mulheres, a desaprovação desce para 53,9 por cento. Sofia Aboim atribui estes dados a "uma masculinidade tradicional e homofóbica em Portugal" - "as lésbicas são vistas como muito mais inócuas em termos de masculinidade". Nas mulheres existe, apesar de tudo, mais igualdade na avaliação: quer sejam relações homossexuais entre homens ou mulheres, a desaprovação, no seu máximo, é quase a mesma - cerca de 40 por cento consideram-nas totalmente erradas. Em relação às idades, "há uma linha geracional importante" - quanto mais jovem se é, menos se desaprova a prática -, "mas mesmo nos mais jovens os valores são altos". No seu todo, a desaprovação nunca desce abaixo dos 53 por cento, que é a percentagem dos que, entre os 18 a 24 anos, julga que a homossexualidade é errada. Tal como nos mais velhos, nesta faixa etária a desaprovação atinge o seu máximo nos homens a julgar as relações entre homens do mesmo sexo - um valor que chega aos 68 por cento."Estava à espera de algum conservadorismo, mas esperava valores mais baixos nas gerações mais novas", diz a investigadora, acrescentando que num inquérito semelhante em França se constatou que 80 por cento dos jovens franceses aceita as relações entre pessoas do mesmo sexo.O mito dos dez por centoSofia Aboim considera que "este conservadorismo" em relação à homossexualidade pode ter reflexos nos portugueses que se colocam nessa categoria: só 0,7 por cento, um número muito longe "do mito dos dez por cento de homossexuais", muito usado por associações de defesa dos direitos gay. O número encontrado no inquérito português está dentro do que é comum noutros estudos internacionais, acrescenta.Mas há outros dados do inquérito - coordenado pelos sociólogos Manuel Villaverde Cabral e Pedro Moura Ferreira, a pedido da Coordenação Nacional para a Infecção do VIH/sida - que colocam o número dos que têm contactos homossexuais acima dos que se definem como tal. São cinco por cento os que dizem ter tido contactos com pessoas do mesmo sexo sem envolver a área genital (beijos, toques, abraços) e 3,2 por cento os que dizem ter tido relações sexuais com alguém do mesmo sexo. "Há uma declaração mais fácil da prática do que o assumir de uma identidade."Curioso foi constatar que são mais os que assumem que "oscilam ao longo da vida". Há mais portugueses a assumiram-se como bissexuais do que como homossexuais.53%Mesmo nas idades mais jovens, os números da desaprovação nunca descem abaixo dos 53 por cento.

Ex-arcebispo gay americano escreve livro sobre a sua homossexualidade e a relação da Igreja com os gays

O ex-arcebispo americano Rembert Weaklend vai contar no livro Pilgrim in a Pilgrim Church: Memoirs of a Catholic Archbishop [Peregrino Numa Igreja Peregrina: Memórias de Um Bispo Católico] as aventuras e desventuras em assumir a sua homossexualidade. Rembert Weaklend afastou-se do sacerdócio desde 2002, quando veio à tona seu envolvimento sexual com um estudante de teologia. Na época, o estudante denunciou que a arquidiocese de Milwaukee pagou-lhe para retirar a queixa de abuso sexual contra o religioso. O abuso sexual aconteceu em 1992. O ex-arcebispo diz que vai ser verdadeiro sobre a sua homossexualidade, além de revelar que readmitiu padres pedófilos na sua arquidiocese. O livro chegará às livrarias no próximo mês.

domingo, 17 de maio de 2009

E hoje é dia de festaa!!!

O dia 17 de Maio foi instituido como o Dia Mundial de Combate à Homofobia em razão da Organização Mundial de Saúde ter retirado a homossexualidade do Código Internacional de Doença, no dia 17/05/1990.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Resultados da sondagem

Sondagem "Qual a sua opinião acerca do blogue?" Segundo os resultados obtidos, grande parte dos leitores votaram o nosso blogue como "Excelente". Obrigado a todos aqueles que visitaram o blogue.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Homossexualidade: pais informados podem ajudar...

Esta opção sexual do meu filho vai fazê-lo ser discriminado? Primeiro, a homossexualidade não é uma "opção", pois isso pressuporia a existência de uma escolha consciente e real por parte do sujeito homossexual, que não existe: ninguém escolhe ser homossexual, heterossexual, branco, negro, alto, baixo... Desta forma estamos perante uma orientação sexual, cuja existência não depende da vontade do sujeito homosexual e assenta em outros pressupostos. Segundo, se o seu filho leva a sua vida de uma forma monogâmica, tendo um companheiro por quem sente afecto e levando uma vida como o resto das pessoas, existem menos hipóteses de vir a ser discriminado, pois a sociedade portuguesa é relativamente tolerante neste casos e a maioria das leis (incluindo do trabalho e união de facto) aplicam-se indistintamente a todos os cidadãos independentemente da sua orientação sexual. Se, porém, o seu filho é, enquanto pessoa, exuberante, gostando do exibicionismo e do protagonismo, e junta a isso a sua orientação homossexual, então são maiores as chances de vir a ser discriminado, principalmente porque a sua homossexualidade é reconhecida pela sociedade de forma mais evidente. No entanto isto não quer dizer que o problema esteja exactamente no seu filho mas mais provavelmente na forma preconceituosa como a sociedade em geral encara a homossexualidade. Ser mais discreto pode facilitar a integração mas não é garantia de aceitação imediata: o que assusta a sociedade não são os comportamentos em geral mas sim (por enquanto) a homossexualide em si. Não se verá ele quando for mais velho, atirado para um canto, sem ninguém? A esta questão existem três respostas possíveis: Primeiro, esse risco de solidão é um risco inerente a qualquer um de nós enquanto seres humanos. Nenhum de nós está livre de ficar sózinho um dia; Segundo, se o comportamento do seu filho é uma procura de encontros sexuais casuais sucessivos, então esse risco de solidão futura é bem maior (como sucede com qualquer pessoa), pois chegará o dia em que a sua atracção física se desvanecerá e então será tarde para encetar uma relação; Terceiro, se devido à sua própria personalidade, formação moral e educacional, o seu filho arranjou ou pretende arranjar um companheiro estável, então os riscos de vir a encontrar-se só serão muito menores, pois os casais estáveis de homossexuais têm praticamente as mesmas condições de sobreviverem que os demais casais hetero. Tudo depende do sentimento, compromisso e empenhamento de ambos os membros do casal, em resolverem os problemas que no dia a dia lhes vão surgindo. Não quero um filho meu assim... vou levá-lo ao psiquiatra! Antes de mais convirá esclarecer que ser homossexual não é assim, nem assado. É uma orientação sexual como outra qualquer. Seguidamente, o psiquiatra nada poderá fazer uma vez que o seu filho ao ser homossexual não padece de doença nenhuma. Note que as tentativas de 'transformar' homossexuais em heterossexuais não tiveram bons resultados. De notar igualmente, que a homossexualidade não é já hoje considerada como de origem patológica e como tal não pode ser catalogada como doença. Porém, o psiquiatra poderá ser uma ajuda preciosa no caso do seu filho se debater ainda com depressões e angústias relacionadas com a sua orientação homossexual. Aqui a ajuda será preciosa, pois o psiquiatra poderá ajudar o seu filho a melhor se encontrar a ele próprio e a melhor viver com a sua orientação sexual. Esta atitude de ajuda será tanto mais importante se tivermos em consideração que a taxa de suicídios entre jovens homossexuais é mais elevada que entre os seus pares heterossexuais, precisamente devido a períodos de angústia e depressão que a sua orientação homossexual lhes coloca. Que desgraça... e que irão dizer a família, os amigos e os vizinhos? Em primeiro lugar não nos parece natural ter de andar a 'contar' a este ou àquele que o seu filho é homossexual. Alguém que conheça lhe veio alguma vez contar ser heterossexual? No entanto é natural que lhe venham contar do namorado ou o caso ou o casamento de um familiar, e nestas situações falar da situação do seu filho poderá ser mais complicado. Pior ainda é ser confrontado com uma pergunta directa sobre o seu filho ou filha.Deve aqui agir com calma e sobretudo com dignidade. Certamente que o seu filho pela sua responsabilidade e competência é um exemplo para muitos outros, pelo que você deverá sentir-se orgulhoso dele. Contudo, deverá ter em conta eventuais consequências para o seu filho se responder a essa questão de forma directa, e só deverá fazê-lo com o consentimento do seu filho. De facto estamos perante um aspecto pessoal e ele, melhor do que ninguém, saberá quando e a quem responder a essa pergunta. Se for você a falar sobre o assunto, faça-o só quando já estiver emocionalmente estabilizado em relação à homossexualidade do seu filho e com as bases necessárias para poder esclarecer as dúvidas e os erros de apreciação dos outros, quer sejam família, amigos ou vizinhos. Se você próprio não estiver ainda emocionalmente estabilizado sobre a homossexualidade do seu filho, acabará invariavelmente por transmitir a sua insegurança aos outros e aumentará neles a sua tendência para a consternação.Note-se que na prática irá-se assumir perante os outros como um pai ou mãe de um homosseuxal. Aceitamos a homossexualidade do nosso filho, mas será que ele não podia esconder as manifestações de afecto pelo outro? Vamos dividir esta questão em duas partes e começar pelo fim. O referir-se ao companheiro, ou namorado, do seu filho como o 'outro', revela que a sua aceitação do facto não é ainda total. Por outro lado, essa atitude de desdém para com o companheiro do vosso filho, somente irá contribuir para aumentar o fosso e a distância entre vós e o vosso filho e para vos tornar a todos mais infelizes. Para além de poder vir a dar origem a um clima de 'guerra fria', que em nada ajudará a cimentar as vossas relações. Voltemos agora, à primeira parte da questão. E por que deveria o vosso filho esconder o seu afecto pelo companheiro? Será legítimo amar alguém e não o poder demonstrar? Um casal heterossexual quando passeia não se dá as mãos, por exemplo, como forma de afecto? Por que não o poderia fazer um casal homossexual, se o sentimento também é o mesmo?

terça-feira, 21 de abril de 2009

25 de Abril, o vento da mudança

A homossexualidade em Portugal no período histórico foi sobretudo dominada pela ideologia cristã da Igreja Católica Apostólica Romana, que caracteriza a sexualidade como um acto exclusivamente destinado a procriação, pelo que todas as outras actividades sexuais são vistas como pecaminosas e contrárias a Deus. A partir do século XVI a Inquisição encarregou-se mesmo de investigar, julgar e condenar à fogueira a sodomia. Esta visão moralista da sexualidade manteve-se até finais do século XX, apesar da descriminalização que entretanto ocorreu, época em que a grande maioria dos homossexuais ainda preferia esconder-se aos olhos da sociedade. Actualmente a sociedade portuguesa tem vindo a reduzir progressivamente a discriminação com base na orientação sexual, tanto ao nível social, como político e legal, tendo, sobretudo entre as camadas mais jovens da população, a homossexualidade vindo a ser considerada como mais uma variante aceite da sexualidade humana, da esfera íntima e pessoal de cada um, e em grande parte livre de conotações de índole moral. Os direitos mais importantes que ainda são negados aos homossexuais em Portugal são o direito ao casamento e o direito à adopção de crianças.
Com a chegada da revolução do 25 de Abril de 1974, criaram-se as condições base fundamentais para as mudanças de mentalidade social, política e legislativa, que conduziriam à descriminalização e aceitação da homossexualidade em Portugal. No entanto a mudança seria muito lenta pois os partidos de esquerda, os que teoricamente estariam mais sensíveis em relação às questões de igualdade e direitos cívicos, tinham as suas atenções e esforços centrados na "luta das mulheres e dos jovens".
Logo a seguir à revolução surgem alguns movimentos activistas homossexuais, como o MHAR, Movimento Homossexual de Acção Revolucionária, de que António Serzedelo foi fundador, que em Maio de 1974 lança o seu Manifesto pelas Liberdades Sexuais, prontamente esmagado pelo General Galvão de Melo que afirmou na televisão que “o 25 de Abril não foi feito para os homossexuais e prostitutas”.
Só após o aparecimento da SIDA em Portugal, na primeira metade dos anos 1980, que o Movimento Associativista Homossexual ganha consistência, visibilidade e respeitabilidade, em articulação com a Comissão Nacional de Luta Contra a Sida e a Abraço. Nesta fase começam a surgir ou a consolidar a sua visibilidade as primeiras públicas homossexuais, como Carlos Castro, Guilherme de Melo, Ary dos Santos e António Variações, cuja morte provocada pela SIDA em 1986 é o acontecimento homossexual trágico que causa alguma comoção e impacto a nível nacional.
O Partido Socialista Revolucionário, hoje integrado no Bloco de Esquerda, seria o primeiro partido político, em 1991, a formalizar a existência de uma organização interna dedicada especificamente à luta contra o machismo, a homofobia e a descriminação, o Grupo de Trabalho Homossexual. Com este impulso de grande impacto mediático, foi a partir de 1990, que a comunidade gay começou a organizar-se e a ganhar voz própria, com a instituição e consolidação de diversas associações, como a Associação ILGA Portugal, o Clube Safo, a Opus Gay, a Revista Korpus, o site PortugalGay.pt, os eventos Arraial Pride, a Marcha Nacional do Orgulho LGBT e o Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa.
O 25 de Abril foi um marco de mudança na história da homossexualidade em Portugal.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Uma história penosa....um passado recente

Tribunal retirou a guarda de filha ao pai por este ser homossexual. Juízes consideram que «uma criança não deve crescer à sombra de situações anormais». Tribunal Europeu classificou decisão de «discriminatória» e condenou Estado português. O Tribunal da Relação tirou-lhe a guarda da filha, depois de ter a custódia da criança, atribuída pelo Tribunal de Família e Menores de Lisboa. Qual o motivo da decisão? É homossexual. O pai em causa, João Mouta, disse ao PortugalDiário que o Tribunal de Família sabia que ele era homossexual e vivia com o companheiro. Mesmo assim, o juiz considerou que «a mãe não se mostrava capaz de propiciar à menor a vivência equilibrada e tranquila que esta necessita. O pai mostra-se, nesta altura, mais capaz de o fazer. Para além de dispor de condições económicas e habitacionais para a ter consigo, mostra-se capaz de lhe transmitir os factores de equilíbrio de que esta necessita e respeitar o direito da menor em continuar a conviver regular e assiduamente com a mãe e os avós maternos». «Este não é um ambiente salutar» Dois anos depois, o Tribunal da Relação anulou esta decisão. No auto elaborado são claras as alusões à orientação sexual do pai. «Que o pai da menor, que se assume como homossexual, queira viver em comunhão de mesa, leito e habitação com outro homem, é uma realidade que se terá de aceitar, sendo notório que a sociedade tem vindo a mostrar-se cada vez mais tolerante para com situações deste tipo, mas não se defenda que é um ambiente desta natureza o mais salutar e adequado ao normal desenvolvidamente moral, social e mental de uma criança, designadamente, dentro do modelo dominante na nossa sociedade». Os juízes consideraram ainda que «a menor deve viver no seio de uma família, de uma família tradicional portuguesa, e esta não é, certamente, aquela que seu pai decidiu constituir, uma vez que vive com outro homem, como se de marido e mulher se tratasse». E acrescentam ainda que «não é este o lugar próprio para averiguar se a homossexualidade é ou não uma doença ou se é uma orientação sexual que preferencia as pessoas do mesmo sexo. Em qualquer dos casos estamos perante uma anormalidade e uma criança não deve crescer à sombra de situações anormais; di-lo a própria natureza humana» e acrescentam que «não está em causa o amor que o apelado tem por sua filha, nem sequer a sua idoneidade para dela tratar durante os períodos em que ela lhe seja confiada». Assim, a guarda da filha foi entregue à mãe, tendo o pai direito a visitas segundo um regime estabelecido que a mãe acabou por não cumprir, já que «fugia com a minha filha para que eu não pudesse estar com ela», explicou. Decisão foi um marco no panorama jurídico europeu Não conformado com esta situação, João Mouta recorreu para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, que considerou que a decisão da Relação foi discriminatória e teve em conta a orientação sexual do pai, tendo condenado o Estado Português. Esta decisão serviu para criar jurisprudência para os restantes Estados-Membros nesta matéria. Não teve contudo, efeitos no que diz respeito à regulação de poder paternal e João Mouta acabou por perder o contacto com a filha, já que a mãe fugiu com ela. «Todos os apelos que fiz ao tribunal de nada serviram. Não fizeram nada», lamenta. Esta semana, um juiz espanhol retirou o poder paternal a uma mãe, por esta ser lésbica. No auto, o magistrado fundamenta a decisão afirmando que homossexualidade da mãe «prejudica» e «aumenta o risco» de que as menores também sejam homossexuais. O caso, que até já motivou uma investigação do Tribunal Superior de Justiça de Múrcia.

"Obama quer reabiltar gays"

Presidente estuda derrubar proibição ao ingresso de homossexuais assumidos nas Forças Armadas. O chefe de Estado iniciou consultas reservadas nos meios militares americanos para conseguir apoio dos oficiais de alto cargo para derrubar a proibição ao ingresso de gays e lésbicas assumidos nas Forças Armadas dos EUA. Obama já conversou com o seu secretário de Defesa, Robert Gates, sobre o assunto, um dos maiores tabus da vida americana. O presidente quer cumprir sua promessa de campanha de acabar com a restrição a homossexuais, adoptada em 1993, durante o governo do democrata Bill Clinton, e mantida nos oito anos em que George W.Bush permaneceu na Casa Branca. Depois de consultar os militares, Obama decidiu assinar a declaração da ONU apoiando a descriminalização da homossexualidade, já assinada por 66 países, inclusive o Brasil. Além disso, a deputada californiana Ellen Tauscher apresentou na semana passada na Câmara dos Representantes um projeto de lei requerendo o fim da proibição a homossexuais assumidos nos meios militares, o que vai levar o assunto a debate parlamentar em breve.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Palestra "Sexualidade e Afecto"

No passado dia 25 de Março o nosso grupo convidou duas profissionais na área da sáude para realizarem uma palestra sobre sexualidade-homossexualidade. Esta iniciativa abrangeu toda a comunidade escolar e teve um grande sucesso na adesão dos alunos. O nosso obrigado a todos os alunos, professores e às enfermeiras Julieta e Elizabete.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O que acham acerca de:

-Adopção por homossexuais? -Existe alguma explicação psicológica para a homossexualidade? -Porque é que se torna mais normal na percepção dos heterossexuais as lésbicas que os gays? -Qual a explicação para uma relação homossexual?